Overdoses de Amor na Cidade, no campo em qualquer lugar, onde duas almas se encontrem. Neste mundo em que muito se fala e pouco se pratica, mais um "desalinhado" do sistema abre um local onde se possa falar do que mais faz falta neste mundo: O Amor.
terça-feira, setembro 06, 2005
Final de tarde
A tarde se finda Pela janela as cores esmorecem O sol se esconde Depois de mais um dia agitado...
Conto os segundos para a liberdade De largar o trabalho Buscar o regresso Nesta cidade agitada...
Os carros passam velozmente Sempre apressados Sempre fumarentos Sigo devagar...
Quero sentir na pele o descanso da luz No pelo o luar que desponta Nos olhos o brilho das luzes Que acordam devagar...
As pessoas correm apressadas Como se do Diabo fugissem O transporte por apanhar O jantar por fazer...
Sorrio... De manhã vieram a correr Desesperadas e querendo ser os primeiros a chegar... Agora?...
Parte desesperados.... Novamente atrasados Cansados e esgotados... Querem ser os primeiros de novo a sair
Sorrio de novo Nem perceberam a dualidade A casualidade A contrariedade...
Lar doce lar Calma e alento de quem labuta O último reduto Da liberdade que não existe... O desespero se sente no ar Já passou a hora de ponta Sente-se a tristeza dos últimos... Mais um dia que finda...
São como conta-gotas Gerados em vazio em que nada fica Cada dia que passa Cada desgaste inútil
O fim de tudo será o mesmo Mas mesmo assim se desesperam Por um lugarzito melhor Por um momento mais doce Que tarda a vir...
Em casa as crianças choram Sai-se do stress do trabalho Recebe-se o stess da família... ... de braço abertos, é o Lar.
Olhos cansados olham a TV Ouvidos cantam a ladainha das noticias Sempre afinal as desgraças... ...só mudaram de actor!
Gemesse a novela que tarda Entrecortada por anúncios infindáveis Amores perdidos e impossíveis Numa sociedade irreal que se diz racionalizada...
Se houver coragem se continua A gastar o tempo do falar e partilhar Em volta de um aparelho Que nos mostra o mundo real: Sexo e violência gratuitos...
É assim o final da tarde... Em que um ou dois corpos cansados Esquecem o tributo de quem ama E a partilha quem um dia fez uma falsa jura de Amor...
Avatar, 2005-09-06
“Mais ou menos, com ou mais, a rotina nos desgasta e nos faz esquecer o básico: Nascemos para viver e não para sermos escravos do nada...”